Para
Caio Prado, a América subtropical atuaria como um repelente para os colonos que
viessem com intuito meramente de povoador. Este efeito tomaria palco devido as abissais diferenças
climáticas, vegetais e animais. Em seu primeiro momento seria uma natureza hostil que, posteriormente, através dos avanços da
colonização da América e dos Trópicos, proporcionaria a Europa artigos de
consumo que décadas anteriores estariam inalcançáveis a eles, devido as limitações características climáticas da Europa. Seriam
exemplos destes artigos o açúcar, o tabaco e o arroz. Igualmente ao acesso a
estes produtos, vinha a possibilidade de enriquecimento através da criação de
empresas para a comercialização deles.
O
novo mundo poderia oferecer a eles garantias e oportunidades que não poderiam
ter acesso em seu continente de origem. Entretanto um debate destacado seria a
espontaneidade da vinda para a América por esses Europeus. Existe a discussão
na qual o cidadão natural da Europa viria aos trópicos, somente, em caso de
gerenciamento de grandes negócios. Caso contrário, essa viagem não estaria
sendo executada por livre e espontânea vontade. Para os países ibéricos, a
questão seria diferente, a falta de mão de obra já era realidade em Lisboa,
tendo, em sua população 10% de escravos negros. Portanto, a busca pela
migração ao novo mundo, no florescer do século XV, apresentou-se abaixo do necessário.
Dessa forma, seria em busca de comodities e mão de obra para trabalho que se desenvolve a
colonização no Brasil. A construção de grandes empresas comerciais destinadas a explorar os
recursos naturais do novo território em benefício do mercado Europeu. A constução de uma noção
de sociedade permanente e com identidade regional, nas palavras do autor,
“só se revelará aos poucos, dominado e abafado que é pelo que o precede”
(Formação do Brasil Contemporâneo, p.23).
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